quinta-feira, 14 de julho de 2016

Marca própria: a força da inovação

Conversamos com as pessoas responsáveis pelos Departamentos de Marketing de Paysandu e Juventude, que falaram sobre os desafios de criar e promover o próprio material esportivo.
 
Juventude e Paysandu serão adversários na Terceira Fase da Copa do Brasil. O primeiro jogo será na próxima quarta-feira (20/06/2016), às 19h30, no Estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul/RS. Porém, os clubes possuem um aspecto em comum, que lhes destaca, no cenário nacional. Ambos são vestidos por suas próprias marcas.
 
Cansado de ter problemas de distribuição do material esportivo e com o baixo lucro auferido, o Paysandu investiu na Lobo e vem colhendo bons frutos. Com o mesmo ideal, o Juventude elaborou a 19Treze. O Blog Rodada Paralela entrevistou Thiago Nunes, Gerente de Marketing do Papão e Walter Dal Zotto Jr., Vice-presidente de Marketing do Verdão, que falaram sobre a ideia do material esportivo próprio e das perspectivas de lucro com as vendas.
 
Camisa nº1 do Paysandu, criada e distribuída pela marca própria, Lobo. (Imagem: Mantos do Futebol). [1]
 
Nunes afirmou que, logo depois da saída da Puma do Paysandu, a Adidas procurou o clube para fornecer o material. No entanto, “a Diretoria colocou ‘na ponta do lápis’ e viu que a diferença de uma para outra não seria muita coisa”. Ele afirma que, nesse momento, surgiu a ideia da marca própria.
 
Sobre o Juventude, Dal Zotto Jr. falou:  

O projeto 19Treze nasceu a partir de algumas dificuldades enfrentadas com o último fornecedor de material esportivo. A ideia também veio ao encontro da vontade do clube de proporcionar ao seu torcedor um material que carregasse sinais genuínos do Juventude, pensados, produzidos e monitorados pelo próprio clube e seus parceiros”.
Imagem de divulgação da marca 19treze, do Esporte Clube Juventude, de Caxias do Sul/RS. (Foto: EC Juventude). [2]

O Paysandu abraçou a causa da marca própria, segundo Thiago Nunes: “ele é a cobaia dessa ideia de criação e implementação da marca própria, no Brasil”. O Juventude pesquisou o caso bicolor, de acordo com Walter Dal Zotto Jr., que alega:

“Pesquisamos alguns casos, como o do próprio Paysandu, que também lançou a marca própria. Mas ao longo da criação do projeto, levantamos todos os detalhes sobre sua viabilidade de acordo com o que a nossa própria cidade ofereceria, tentando evitar que fossemos precisar de empresas de fora, o que poderia gerar problemas de logística, levando para o mesmo problema encontrado anteriormente. Foi assim que decidimos por um parceiro em Caxias do Sul, a Mar Um Sports, que teria totais condições de produzir toda a grade para atender o clube e os torcedores, e isso foi crucial para que decidíssemos colocar a ideia da marca 19Treze em prática”.
No entanto, como tudo o que é novidade, pode gerar receio e desconfiança. Quando se trata de uma mercadoria, tal aspecto gira em torno de sua qualidade. O Gerente de Marketing bicolor falou sobre isso:

“Despertou, sim, uma desconfiança nos nossos torcedores (...) Quase 100% da torcida se surpreendeu com o que a gente estava apresentando. É um material de qualidade, que não deixa nada a desejar com as marcas famosas (...) A marca Lobo é um sucesso reconhecido nacionalmente, comentada em sites nacionais e só tem a crescer”.
Camisa nº1 do Esporte Clube Juventude (Foto: EC Juventude) [3]

No Juventude, tal questão nem chegou a ser discutida. O Vice-presidente de Marketing do clube sustenta:
 
“A qualidade do material não chegou a ser pauta, porque sabíamos do potencial da empresa fabricante. Não fosse isso, jamais teríamos colocado o projeto em prática. Quanto à marca própria agradar o público, não tínhamos dúvida que a torcida Jaconera iria adorar a ideia de um símbolo genuinamente Juventudista, carregado com a história do clube. Além disso, a marca vem carregada de outras ideias, como projetos sociais que serão colocados em prática nos próximos meses. Tem muita coisa envolvida em torno deste projeto, que não visa apenas a confecção do material esportivo”.
Obviamente, ambas as agremiações visam auferir um lucro superior ao de 2015. O Paysandu, em dois meses de venda de material esportivo próprio, faturou mais do que o dobro do que ganhou, no último ano, de acordo com Thiago Nunes. A estimativa de lucro do clube gira em torno de cinco a sete milhões de reais, até o final de 2016. O Juventude, na palavra de Walter Dal Zotto Jr., prevê a arrecadação de duzentos e cinquenta mil reais.
Uniformes do Paysandu expostos na loja do clube (Foto: Paysandu SC) [4]
A expansão das marcas também é tratada com muita atenção pelos clubes. O Verdão foca, primeiramente, no comércio regional, para expandir, posteriormente, para todo o Brasil. Para Dal Zotto Jr.:
 

“Nesse primeiro momento, por estarmos no início de um projeto importante e que não é simples, vamos manter o foco no consumo regional, abastecendo nossos torcedores da cidade e do estado, por uma questão de logística e custos. Mais para frente, é claro que vamos ampliar o leque comercial, procurando atender de forma satisfatória torcedores de outros pontos do Brasil, com venda online e outras possibilidades”.
O Papão, nos próximos meses, deverá lançar seu comércio virtual. “O Paysandu tem um apelo muito grande, nacionalmente (...) Inicialmente, vamos atender os torcedores por meio do nosso e-commerce. O torcedor vai ter a facilidade de adquirir por meio dessa via”, completou Nunes.


O Blog agradece a Thiago Nunes, Gerente de Marketing do Paysandu Sport Club, a Walter Dal Zotto Jr., Vice-presidente de Marketing do Esporte Clube Juventude e Patrícia Merlin, do Departamento de Marketing da equipe gaúcha, pela contribuição e disponibilidade.

REFERÊNCIAS:

[1] http://www.mantosdofutebol.com.br/2016/04/com-lobo-paysandu-multiplica-lucros-projeta-terceira-camisa/

[2] e [3] http://www.juventude.com.br/noticias/id/4716/uma-nova-marca-um-novo-manto

[4] http://www.paysandu.com.br/noticias/2090/novas-camisas-da-marca-lobo-estao-sendo-vendidas-no-espaco-socio-bicolor

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