quarta-feira, 15 de junho de 2016

Parazão Feminino: Estrela e Cabanos empatam em 2 a 2

Partida foi válida pelo Campeonato Paraense de Futebol Feminino 2016. Atletas e técnicos relatam as dificuldades de manter viva a modalidade.
 
Domingo, 12 de junho, 8h45. Algumas pessoas estavam descansando para o início de uma longa semana de trabalho. Outras, curtindo a família e os amigos. Além de tudo, era dia dos namorados. Porém, no Campo 03 do Centro Esportivo da Juventude (CEJU), em Belém, várias mulheres correram atrás da realização do sonho de serem atletas reconhecidas. Lá, aconteceu a partida entre Estrela e Cabanos, válida pela Sexta Rodada do Campeonato Paraense de Futebol Feminino 2016.
 
Campo 01 do CEJU. Ao fundo, o Estádio Mangueirão.
 
A competição é disputada por oito equipes (Pinheirense, Paysandu, ESMAC, Time Negra, Estrela, Cabanos, Remo e Independente), em dois turnos. Em cada um, as quatro primeiras se classificam para as semifinais e final. Se uma equipe conquistar os dois, será a campeã. Se times diferentes vencerem, haverá a decisão em jogo único.
 
A dificuldade é grande para todas as equipes. Nivaldo Santos, técnico do Estrela, destaca a falta de apoio financeiro: “Nós temos que fazer tudo para manter esse trabalho”. Para Vivi, que é jogadora do clube, estudante e auxilia a mãe nos trabalhos domésticos, o futebol é muito importante, pois, desde criança, gostava de praticar o esporte. “Eu comecei a jogar nesse time e conhecer essas meninas e o futebol é muito gratificante para mim”, completa.
Foto posada da Associação Esportiva e Beneficente Estrela (Ananindeua/PA).
Para Marcos Antônio, treinador do Cabanos, o preconceito contra as mulheres é outro fator que impede o desenvolvimento do futebol feminino:

“Parece que as pessoas ainda não aprenderam a trabalhar com a mulher. Eu vou dizer uma coisa para você: nós temos o masculino. Mas, depois que eu comecei a trabalhar com as mulheres, que eu percebi como elas são, rapaz... prefiro mil vezes trabalhar com o feminino! O preconceito é pelo desconhecimento”. 
Luzy, capitã do Cabanos, relatou que, as vezes, os treinos são cancelados, pois algumas jogadoras não tem como irem ao Bairro de Águas Brancas, em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, por não terem dinheiro suficiente para o transporte ou não há campo disponível para o clube se movimentar.

Foto posada da Associação Atlética e Cultural Cabanos (Ananindeua/PA).
 
Capitãs das equipes e o quarteto de arbitragem, composto por Anderson Mescouto (Árbitro Central), auxiliado por Diógenes Serrão, Renato Gomes (Árbitros Assistentes) e Fabrina Diórdia (Quarta Árbitra).

O jogo começou preso, no meio de campo. O Estrela chegava com um pouco mais de objetividade e tinha maior posse de bola. Aos oito minutos, a equipe teve boa chance com um chute cruzado, dentro da grande área e, aos vinte e dois, uma ótima oportunidade foi desperdiçada, na pequena área. Outro lance importante foi aos vinte e oito. Após cruzamento, a bola explodiu na trave do Cabanos.

Estrela em ataque pelo lado esquerdo.
 
O Cabanos equilibrou as ações aos trinta e dois minutos, em contra-ataque originado em um erro da defensiva do Estrela. Aos trinta e cinco, teve outra boa chance, em penetração pela esquerda. No entanto, aos quarenta e um, após tumulto na área, a bola sobrou para Vivi, que esticou a perna e abriu o placar para o Estrela.

Tentativa de ataque do Cabanos.

No segundo tempo, o Cabanos iniciou pressionando, em busca do empate. Teve boa chance aos sete minutos, em ataque pelo lado esquerdo. Aos doze, empatou a partida, com um gol de cabeça de Valdilene, em cruzamento pela direita. Logo depois, aos dezessete, o Estrela desperdiçou um pênalti, que foi defendido pela goleira do Cabanos, Ana Cleide.
Defesa do pênalti por Ana Cleide.
 
Mesmo com o Estrela buscando o desempate, o Cabanos virou o jogo aos trinta e quatro, com Luzy, em bela jogada pela esquerda e tentou ampliar aos quarenta e um, o que foi evitado por grande defesa de Ana Cleide.
Estrela tenta sair para o ataque.

Aos quarenta e quatro, a zagueira Carem, do Cabanos, acabou fazendo um gol contra, ao dividir a bola com a atleta do Estrela, o que decretou o placar final da partida em dois a dois.

O Campeonato Paraense terá a sétima e última rodada do Primeiro Turno no próximo final de semana. Ambas as equipes chegam com chances de classificação. Para Vivi, jogadora do Estrela, quinto colocado na competição, o grande sonho no futebol ainda segue vivo: “quero ser uma atleta de qualidade e representar o futebol feminino. Meu desejo é jogar fora (do Brasil) e ser reconhecida pelo mundo”, destaca. Luzy, do Cabanos, que está no sexto lugar, compartilha a mesma ideia e quer “mostrar que, no Pará, tem meninas com potencial para chegar longe”.

Agradecemos a todos os entrevistados por fornecerem informações sobre o cotidiano das equipes.

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