quinta-feira, 28 de julho de 2016

Leão no Snapchat: a busca pelo público jovem

As redes sociais vêm sendo um efetivo canal de comunicação entre os torcedores usuários e os clubes geradores de conteúdo. Uma delas, o Snapchat, vem sendo utilizado por vários clubes brasileiros e, em Belém, não poderia ser diferente. O Clube do Remo foi a primeira equipe da Região Norte a desenvolver uma conta e uma das pioneiras. A nível nacional, o ABC Futebol Clube, de Natal/RN, foi o precursor da utilização desta ferramenta.
 
O Snapchat é uma rede social em que fotos, vídeos e textos são publicados, com a utilização de filtros variados para imagens, não sendo possível, pelo próprio aplicativo, acessar várias vezes o mesmo conteúdo, já que ele só permite uma visualização de cada postagem.
 Banner de divulgação da conta do Clube do Remo no Snapchat. (Imagem: Twitter/Clube do Remo) [1]
 
Para Antônio Neto (Neneto), Diretor de Mídias Sociais do Remo, o Snapchat é uma rede que está estabelecida e tem um público que produz e consome conteúdo. Ele afirma que “(...) assim como os outros clubes, a gente não inventou a roda. A gente fez uma conta no Snapchat e estava registrando um pouco do dia a dia do clube”.
 
Neneto sustenta a ideia de que o Snapchat é uma forma de trazer o torcedor para ver como é o cotidiano do time que apoia, mostrando curiosidades de bastidores, preleção, vestiários e momentos de descontração. Em uma edição, o zagueiro Henrique ficou responsável pela produção de conteúdo e passou 48 horas no comando da conta azulina no aplicativo. “Ele brincou com os jogadores, falou de apelidos e de coisas que o torcedor tem curiosidade”, acrescentou o Diretor de Mídias Sociais.

Com a utilização da rede social, o clube visa atingir um público determinado. “Quando a gente fala do Snapchat, em particular, a gente está querendo atingir um público da faixa etária entre dezesseis a vinte e um anos”, ressaltou Antônio Neto. “E na linguagem que a rede exige: descontração, sem muito acabamento, sem edição”.
 
Além da divulgação do cotidiano do Clube do Remo, a ferramenta também é vista como forma de captação de renda. A agremiação pretende comercializar espaços para divulgação de produtos e serviços. Segundo Neneto:

“A rede social não está fugindo disso (...) a gente quer mostrar, tanto para o público consumidor quanto para o potencial anunciante a relevância das redes e de cada rede para um público específico”.
Henrique conduziu os trabalhos no Snapchat remista, em um final de semana. (Imagem: Facebook/ Clube do Remo) [2]

O atleta nos falou sobre a experiência de administrar a conta do Clube do Remo, no Snapchat:

“Tenho um pouco de facilidade com o aplicativo, porque eu já usava. Achei bacana. É algo que traz o torcedor mais para perto da gente, para acompanhar mesmo o nosso dia a dia, saber o que acontece... acredito que eles também têm um pouco de curiosidade em relação a isso. Achei a ideia interessante e que ela possa continuar, nas próximas viagens.”
O Zagueiro Max também ressaltou a importância de a torcida conhecer um pouco mais da rotina dos jogadores:

“(...) a torcida, as vezes, só vê os noventa minutos. Então, isso é importante para acompanhar mais de perto o dia a dia, o treinamento, a própria concentração, para estar caminhando todo mundo junto, nos apoiando para conseguir o acesso.”
O Blog agradece aos zagueiros Henrique e Max, pelas declarações, aos Assessores de Imprensa do Clube do Remo, Ingrid Bittencourt e Raphael Graim, por viabilizarem as entrevistas e ao Diretor de Redes Sociais, Antônio Neto (Neneto), pela atenção com o Rodada Paralela.

REFERÊNCIAS:

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Marca própria: a força da inovação

Conversamos com as pessoas responsáveis pelos Departamentos de Marketing de Paysandu e Juventude, que falaram sobre os desafios de criar e promover o próprio material esportivo.
 
Juventude e Paysandu serão adversários na Terceira Fase da Copa do Brasil. O primeiro jogo será na próxima quarta-feira (20/06/2016), às 19h30, no Estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul/RS. Porém, os clubes possuem um aspecto em comum, que lhes destaca, no cenário nacional. Ambos são vestidos por suas próprias marcas.
 
Cansado de ter problemas de distribuição do material esportivo e com o baixo lucro auferido, o Paysandu investiu na Lobo e vem colhendo bons frutos. Com o mesmo ideal, o Juventude elaborou a 19Treze. O Blog Rodada Paralela entrevistou Thiago Nunes, Gerente de Marketing do Papão e Walter Dal Zotto Jr., Vice-presidente de Marketing do Verdão, que falaram sobre a ideia do material esportivo próprio e das perspectivas de lucro com as vendas.
 
Camisa nº1 do Paysandu, criada e distribuída pela marca própria, Lobo. (Imagem: Mantos do Futebol). [1]
 
Nunes afirmou que, logo depois da saída da Puma do Paysandu, a Adidas procurou o clube para fornecer o material. No entanto, “a Diretoria colocou ‘na ponta do lápis’ e viu que a diferença de uma para outra não seria muita coisa”. Ele afirma que, nesse momento, surgiu a ideia da marca própria.
 
Sobre o Juventude, Dal Zotto Jr. falou:  

O projeto 19Treze nasceu a partir de algumas dificuldades enfrentadas com o último fornecedor de material esportivo. A ideia também veio ao encontro da vontade do clube de proporcionar ao seu torcedor um material que carregasse sinais genuínos do Juventude, pensados, produzidos e monitorados pelo próprio clube e seus parceiros”.
Imagem de divulgação da marca 19treze, do Esporte Clube Juventude, de Caxias do Sul/RS. (Foto: EC Juventude). [2]

O Paysandu abraçou a causa da marca própria, segundo Thiago Nunes: “ele é a cobaia dessa ideia de criação e implementação da marca própria, no Brasil”. O Juventude pesquisou o caso bicolor, de acordo com Walter Dal Zotto Jr., que alega:

“Pesquisamos alguns casos, como o do próprio Paysandu, que também lançou a marca própria. Mas ao longo da criação do projeto, levantamos todos os detalhes sobre sua viabilidade de acordo com o que a nossa própria cidade ofereceria, tentando evitar que fossemos precisar de empresas de fora, o que poderia gerar problemas de logística, levando para o mesmo problema encontrado anteriormente. Foi assim que decidimos por um parceiro em Caxias do Sul, a Mar Um Sports, que teria totais condições de produzir toda a grade para atender o clube e os torcedores, e isso foi crucial para que decidíssemos colocar a ideia da marca 19Treze em prática”.
No entanto, como tudo o que é novidade, pode gerar receio e desconfiança. Quando se trata de uma mercadoria, tal aspecto gira em torno de sua qualidade. O Gerente de Marketing bicolor falou sobre isso:

“Despertou, sim, uma desconfiança nos nossos torcedores (...) Quase 100% da torcida se surpreendeu com o que a gente estava apresentando. É um material de qualidade, que não deixa nada a desejar com as marcas famosas (...) A marca Lobo é um sucesso reconhecido nacionalmente, comentada em sites nacionais e só tem a crescer”.
Camisa nº1 do Esporte Clube Juventude (Foto: EC Juventude) [3]

No Juventude, tal questão nem chegou a ser discutida. O Vice-presidente de Marketing do clube sustenta:
 
“A qualidade do material não chegou a ser pauta, porque sabíamos do potencial da empresa fabricante. Não fosse isso, jamais teríamos colocado o projeto em prática. Quanto à marca própria agradar o público, não tínhamos dúvida que a torcida Jaconera iria adorar a ideia de um símbolo genuinamente Juventudista, carregado com a história do clube. Além disso, a marca vem carregada de outras ideias, como projetos sociais que serão colocados em prática nos próximos meses. Tem muita coisa envolvida em torno deste projeto, que não visa apenas a confecção do material esportivo”.
Obviamente, ambas as agremiações visam auferir um lucro superior ao de 2015. O Paysandu, em dois meses de venda de material esportivo próprio, faturou mais do que o dobro do que ganhou, no último ano, de acordo com Thiago Nunes. A estimativa de lucro do clube gira em torno de cinco a sete milhões de reais, até o final de 2016. O Juventude, na palavra de Walter Dal Zotto Jr., prevê a arrecadação de duzentos e cinquenta mil reais.
Uniformes do Paysandu expostos na loja do clube (Foto: Paysandu SC) [4]
A expansão das marcas também é tratada com muita atenção pelos clubes. O Verdão foca, primeiramente, no comércio regional, para expandir, posteriormente, para todo o Brasil. Para Dal Zotto Jr.:
 

“Nesse primeiro momento, por estarmos no início de um projeto importante e que não é simples, vamos manter o foco no consumo regional, abastecendo nossos torcedores da cidade e do estado, por uma questão de logística e custos. Mais para frente, é claro que vamos ampliar o leque comercial, procurando atender de forma satisfatória torcedores de outros pontos do Brasil, com venda online e outras possibilidades”.
O Papão, nos próximos meses, deverá lançar seu comércio virtual. “O Paysandu tem um apelo muito grande, nacionalmente (...) Inicialmente, vamos atender os torcedores por meio do nosso e-commerce. O torcedor vai ter a facilidade de adquirir por meio dessa via”, completou Nunes.


O Blog agradece a Thiago Nunes, Gerente de Marketing do Paysandu Sport Club, a Walter Dal Zotto Jr., Vice-presidente de Marketing do Esporte Clube Juventude e Patrícia Merlin, do Departamento de Marketing da equipe gaúcha, pela contribuição e disponibilidade.

REFERÊNCIAS:

[1] http://www.mantosdofutebol.com.br/2016/04/com-lobo-paysandu-multiplica-lucros-projeta-terceira-camisa/

[2] e [3] http://www.juventude.com.br/noticias/id/4716/uma-nova-marca-um-novo-manto

[4] http://www.paysandu.com.br/noticias/2090/novas-camisas-da-marca-lobo-estao-sendo-vendidas-no-espaco-socio-bicolor

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Conheça os bastidores de um programa sobre esportes

O amante do esporte, em especial do futebol, sempre acompanha as notícias do seu clube do coração nos noticiários da televisão e do rádio. Os mais tradicionais também fazem questão do jornal impresso. Porém, nas últimas décadas, um meio que vem se desenvolvendo em larga escala é a Internet. Em Belém/PA, dois programas estão se destacando e utilizam a Rede Mundial de Computadores para levar novidades a quem navega: Portal Arquibancada e GE na Rede.
 
O Portal Arquibancada foi criado pelos jornalistas Alex Ferreira, Danilo Pires e Jorge Luiz Rodrigues. Danilo diz que o nome “Portal Arquibancada” surgiu do seu Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação, feito em parceria com o jornalista Saulo Zaire, que foi seu colega de faculdade. Ele afirma:

"Esse nome, Arquibancada, representa muito. Tem uma representatividade muito grande para a gente, por causa da nossa linguagem coloquial, da nossa proximidade com o torcedor e, também, pela nossa origem. Todos nós somos torcedores de arquibancada e a gente valoriza isso. É exatamente para aproximar, cada vez mais, o torcedor".
Portal Arquibancada no ar, na Rádio Clube do Pará. Alex Ferreira, Danilo Pires e Saulo Zaire (jornalista convidado) debatem as principais notícias do dia, relacionadas ao esporte.
 
De segunda a sexta-feira, às 19h00, no aplicativo de celular da Rádio Clube do Pará e no endereço eletrônico da emissora e, aos domingos, de 9h30 às 12h00, na onda média, ao vivo, os jornalistas do Portal Arquibancada apresentam um programa, que leva o mesmo nome do site, em que exploram e comentam os principais acontecimentos do futebol nacional e internacional, destacando o cenário paraense. Sobre o espaço utilizado, Alex Ferreira, que comanda a atração, comenta:
"Está diminuindo a participação do rádio (...) Então, o cara tem a Internet, vai baixando os aplicativos e ouve. Junta o útil ao agradável. A Voz do Brasil, naquele horário, só é obrigatória na onda média. Em programas de aplicativos e na Internet, não é obrigatório. É um espaço que pouquíssima gente, aqui em Belém, aproveitou. O Guerreiro (Guilherme Guerreiro, locutor e Diretor da Rádio Clube do Pará), queria colocar um programa ali, só que seria complicado para ele deslocar mais uma pessoa da equipe para assumir aquele horário. Então, fez a parceria com o Portal Arquibancada (...) É um espaço muito interessante para a gente. Causa muita repercussão".
A ideia do GE na Rede, por sua vez, surgiu com a participação dos jornalistas do globoesporte.com/pa nas transmissões das partidas do Campeonato Paraense de Futebol, na TV Cultura, que é uma Fundação Pública do Estado do Pará, detentora dos direitos de transmissão da competição. Ingo Muller, apresentador do programa, relata que, “observando esse pessoal, eu vi o potencial de vídeo deles e era uma coisa que eu queria aproveitar para a gente”.

Porém, Muller estava afastado das atividades por um problema de saúde. Jorge Sauma, jornalista, elaborou o projeto do programa e encaminhou para a Direção da TV Liberal, que aprovou a proposta, passando a ser exibido as segundas e sextas-feiras, às 16h40. Ingo sustenta que
"A Internet te possibilita uma flexibilidade gigantesca. A gente tem um controle de tempo para o programa não ficar chato, sem ritmo. Mas eu não preciso cortar o entrevistado porque o tempo está acabando. Isso é uma coisa interessante para o próprio entrevistado, que fica livre para dar o recado que veio dar".
GE na Rede sendo apresentado por Ingo Muller, acompanhado por Pedro Cruz e Jorge Sauma, recebendo o convidado Tony Couceiro, Diretor de Projetos Especiais do Paysandu.

Ingo afirma que os dias em que o programa vai ao ar foram escolhidos para que todos os acontecimentos relevantes da semana fossem abordados:

"A gente definiu nesse formato de segundas e sextas-feiras, já que a gente conseguiria, no de sexta-feira, 'envelopar' a semana e, no de segunda-feira, fazer uma resenha da rodada".
No entanto, não é tão simples colocar um programa no ar. Alex Ferreira fala que uma das maiores dificuldades é conseguir patrocinadores para o Portal Arquibancada. “A gente sabe da crise econômica e política do país, mas é um investimento que a gente está fazendo para o futuro”.

Para Danilo Pires, o fato de o Portal Arquibancada não estar vinculado diretamente a um grande meio de comunicação gera preconceito por parte dos investidores, além do aspecto estrutural para fazer coberturas simultâneas de Remo e Paysandu. “Se a gente ficasse quieto, só produzindo texto, acomodado, daria para atender, tranquilamente”, ressalta.

Equipe do Portal Arquibancada, composta por Alex Ferreira, Jorge Luiz Rodrigues e Danilo Pires. (Foto: Facebook Portal Arquibancada).
 
Ambos os programas permitem a interatividade com o internauta, em tempo real. O GE na Rede faculta a possibilidade de deixar perguntas e comentários no site, que são lidos no ar e o Arquibancada disponibiliza um número de telefone para o ouvinte mandar mensagens, via Whatsapp, bem como pelo perfil do Portal no Facebook.

Para Ingo Muller, a Internet não pode mais ser vista como a ferramenta do futuro, mas algo que é de fundamental importância, na atualidade:
"É o presente do Jornalismo Esportivo. Se a gente ainda for enxergar a Internet como um futuro, hoje, você está dez anos atrás do que a gente realmente é. A gente tem que entender que a dominância da Internet não é uma questão de tempo. É uma coisa que já acontece. (...) É uma relação simbiótica com a pessoa que consome esportes. Hoje, nos estádios, você já pode ver uma coisa que é muito interessante e que é um sintoma disso. Senta em qualquer arquibancada e você vai ver que aquele costume clássico, de a pessoa assistir o jogo com o radinho no ouvido, está mudando. Tem gente que está com o celular na mão e vendo um tempo real (...) A gente tem que estar sintonizado a isso".
Pedro Cruz, Jorge Sauma e Ingo Muller, debatedores e apresentador do GE na Rede, respectivamente.
Danilo Pires vê a situação como o futuro do Jornalismo como um todo, não apenas da área esportiva:
"Na realidade de hoje, pegando um jornal, pela manhã, você tem as melhores notícias de ontem. Os sites, hoje, estão muito a frente do Jornalismo impresso. Isso é um problema muito grande para eles. Para a gente, não, porque estamos lidando com dinamismo (...) Na Internet, tu selecionas o que queres ver (...)"

Alex Ferreira fala sobre a participação de ouvintes em vários locais do planeta, o que é proporcionado pela Internet:
"É um espaço que causa muita repercussão. A gente tem participação que é impressionante! Mandam recado do Japão, da Suíça... dos Estados Unidos, tem duas, três pessoas que participam frequentemente, tem um em Toronto (Canadá) (...) Tem lugares que a gente nem imagina que existe e que a gente já recebeu mensagem, o que é muito bacana".

O Rodada Paralela agradece aos jornalistas Alex Ferreira e Danilo Pires, do Portal Arquibancada e Ingo Muller, do globoesporte.com/pa, pela participação, atenção e disponibilidade para conversar com o Blog.