domingo, 1 de novembro de 2015

Entrevista Exclusiva: Marcelo Veiga


Remo e Botafogo de Ribeirão Preto/SP decidirão, às 20h00 (Horário de Brasília), uma vaga para a grande Final do Campeonato Brasileiro da Série D 2015. Um personagem muito interessante desta partida é o técnico da equipe paulista, Marcelo Veiga, que, gentilmente, bateu um bom papo com o Blog:
Marcelo Veiga, técnico do Botafogo Futebol Clube/SP. (Foto disponível em: http://botafogosp.com.br/comissao-tecnica/)

RP: Em 1992, você foi campeão da Copa do Brasil, como jogador do Internacional/RS. Quais as mudanças que você observa, no futebol, do período em que atuava para hoje, quando está no comando técnico das equipes?

Marcelo Veiga: Eu acho que a evolução acaba sendo necessária, até pelas condições que nós temos, hoje. Antes, os jogadores eram mais técnicos e, hoje, a gente vê uma compactação diferente, com evolução muito grande na parte física, a disputa é por um espaço cada vez menor. Essa mudança exige uma atualização e a gente tem que estar preparado pra isso. Acredito que o futebol de hoje está muito mais rápido, dinâmico e competitivo.

RP: Muitos clubes do interior paulista são bem estruturados, mas não conseguem encher seus estádios, sendo o contrário do que ocorre em Belém. O que você acha que falta para os clubes paraenses alcançarem a estabilidade, no cenário nacional, conseguida por times sem tanta expressão?

Marcelo Veiga: O que eu vejo, em relação ao futebol do interior, é que é muito rico, em termos de qualidade e estrutura, mas o problema do público é justamente por conta de calendário. Jogo quarta e domingo, quarta e domingo, fica muito difícil do torcedor acompanhar o ritmo dessas equipes e a gente sabe do nível que tem o Campeonato Paulista, que é muito forte, e aqui, em Belém, a gente vê diferente. A gente vê as duas maiores equipes do Estado do Pará, que são equipes grandes, com o torcedor apaixonado e que acabam, realmente, lotando, o que faz a diferença para essas equipes. No interior de São Paulo, tem a mesma paixão, não tenha dúvida. Mas a dificuldade do torcedor é muito maior em relação ao torcedor do Pará.

RP: Em 2007, você conquistou o título da Série C com o Bragantino e lá ficou até 2012. Como você vê essa longevidade no comando de uma equipe e se acha possível, atualmente, alguém alcançar tanto tempo no comando de um time, com sucesso?

Marcelo Veiga: Eu acho que é super importante para qualquer profissional. A longevidade te dá uma condição de planejar, executar e colher os frutos. Eu tive a felicidade de ficar por cinco anos ininterruptos e, depois, mais dois, entre idas e vindas, e conquistando. O mais importante é que você faz o planejamento e acaba conquistando seu espaço, você ter as conquistas dentro do clube é o que te dá a permanência para você desenvolver seu trabalho. Acho que, para qualquer profissional, é super importante. Para as diretorias, também, porque você tem um planejamento que, sendo executado, acaba atingindo o objetivo final. Tô tendo o prazer de voltar, pela segunda vez, ao Botafogo e cumprir com a obrigação que, na primeira vez, era colocar o time na Série D e tive essa felicidade. Infelizmente, não consegui continuar, por conta de outros clubes terem oferecido uma condição melhor e, hoje, retornei para fazer com que o Botafogo voltasse ao Campeonato Brasileiro da Série C e, graças a Deus, cumpri esse compromisso, com uma disposição muito grande e com o engrandecimento de todos, Comissão Técnica, jogadores... o grupo que a gente montou foi, realmente, muito importante nessa conquista.
De 2007 a 2012, Marcelo Veiga comandou o Clube Atlético Bragantino/SP (Foto disponível em:http://globoesporte.globo.com/futebol/times/bragantino/noticia/2012/02/marcelo-veiga-comemora-boa-fase-do-bragantino-e-concentracao.html)

RP: Você passou pelo Remo, em 2012, quando comandou o time na Série D daquele ano. O que levou daquela experiência para conseguir o acesso, em 2015, com o Botafogo?
Marcelo Veiga: Foi muito legal estar aqui. Participei de dois mata-matas, se não me engano*. No segundo mata-mata, a gente acabou perdendo por ter tomado um gol dentro de casa. A gente tava fazendo o resultado de 2 a 0, estava classificado e, de repente, a gente acabou tomando um gol no finalzinho e acabou saindo fora (sic). Acho que essa experiência me deu a condição de saber planejar bem o que eu ia fazer aqui no Botafogo, principalmente nessa fase dos mata-matas, que a gente sabe que são jogos decisivos e a gente tem que estar atento para não oferecer pro adversário a condição de sair fora (sic).

*NOTA: Marcelo Veiga comandou o Clube do Remo por três jogos, na Série D de 2012, sendo os dois últimos pela Segunda Fase da competição, que se deu em apenas um mata-mata, quando foi eliminado pelo Mixto/MT, após perder a primeira partida, no Estádio Presidente Dutra, em Cuiabá/MT, por 2 a 0 e vencer a segunda, no Mangueirão, por 2 a 1.
Veiga, em treino do Remo, durante o Campeonato Brasileiro da Série D de 2012 (Foto: Marcelo Seabra/O Liberal. Disponível em: http://globoesporte.globo.com/pa/noticia/2012/08/com-vitoria-do-vilhena-remo-precisa-de-um-empate-para-classificar.html)

RP: Sócrates e Raí são as revelações mais conhecidas e talentosas das categorias de base do Botafogo. No elenco atual, quais os jogadores que são oriundos do juvenil do clube que você destacaria?

Marcelo Veiga: Nós temos vários jogadores da base. A gente tem treze jogadores da base à disposição, no elenco do Botafogo. Hoje, a minha linha de defesa tem, praticamente, vinte anos, que é o Caio Juan, o próprio Mancini, que é filho do Vagner Mancini, o Carlos, também, que tem a mesma idade, o Daniel, que foi revelado aqui, na base, o próprio Mirita, o Augusto... são todos jogadores revelados pelo Botafogo e, hoje, a gente tem uma garotada que está despontando. Acho que o Botafogo faz um trabalho muito bonito. Desde 2013, quando estive aqui, já vinha desenvolvendo esse trabalho e, hoje, estamos colhendo os frutos desse trabalho de base que o Botafogo tem.
Registramos nosso agradecimento à Assessoria de Imprensa do Botafogo Futebol Clube, na pessoa de Rogério Moroti, que nos possibilitou a entrevista.

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