quinta-feira, 30 de junho de 2016

Amistoso Internacional de Futebol Feminino: Remo vence Seleção da Guiana Francesa por 2 a 1

Partida fez parte da programação do Torneio Internacional de Futebol Feminino, disputado por Pinheirense, Independente, Remo e Seleção Franco-Guianense.
 
Visando movimentar os elencos de futebol feminino, as quatro equipes acima citadas fizeram amistosos umas contra as outras, nos dias 23 e 26 de junho de 2016. A primeira rodada ocorreu no Estádio Abelardo Conduru, no Distrito de Icoaraci, teve a vitória do Remo sobre o Independente por 2 a 1 e o empate entre Pinheirense e Guiana Francesa pelo placar de 2 a 2.
 
No último sábado, no Estádio Baenão, houve a segunda série de amistosos. Na partida preliminar, o Pinheirense venceu o Independente por 3 a 0, com dois gols de Pingo e um de Ana Beatriz. A partida de fundo foi entre o Clube do Remo e a Seleção da Guiana Francesa.
 
Equipes perfiladas, no centro do gramado.
 
Foto posada do Clube do Remo (Belém/PA).
 
Foto posada da Seleção da Guiana Francesa.
 
Capitãs de Remo e Guiana Francesa com o trio de arbitragem, formado por Ronaldo Ribeiro, Árbitro Central, assistido por Rafael Rodrigues e Junivaldo Pereira.
 
O jogo começou com investidas azulinas pelo lado esquerdo do campo. A meio-campista Dan, aos cinco minutos, tentou, em cobrança de falta, abrir o placar, mas não conseguiu.
 
Clube do Remo tentando atacar pelo lado esquerdo.

A primeira boa chance de gol foi da Guiana Francesa, aos oito minutos, pela direita. Vale ressaltar que duas atletas franco-guianenses atuam na Liga da França. Krystelia Mayen atua no VGA Saint-Maur e Jessica Goddet no FC Saint-Etienne. A equipe ainda tentou, aos onze e aos catorze, sem sucesso, com Salpetrier.
Seleção da Guiana Francesa tentando o ataque, sob marcação.
 
A partir desse momento, o domínio foi do Clube do Remo. As meias Ana e Dan comandavam as ações no setor ofensivo. Esta, aos dezesseis minutos, fez o primeiro gol, em jogada individual. Larissa, aos vinte e quatro, tentou ampliar a vantagem, mas falhou na finalização.
 
No segundo tempo, a Guiana Francesa tentava atacar, mas faltava objetividade às atletas. Isso fez com que Núbia, aos seis minutos, em boa jogada pelo lado esquerdo, tocasse a bola para Dan, que aumentou o marcador para as remistas.
 
Jogadoras do Remo comemoram o segundo gol.

A partir desse momento, o jogo ficou bastante disputado no meio de campo, com poucas oportunidades claras de gol. Uma delas foi a cobrança de falta da intermediária, em favor das franco-guianenses, que diminuíram a diferença com Cavalcante Louzada.

Com o placar final de dois a um, Jorge Piedade, Diretor de Futebol Feminino do Clube do Remo, avaliou os amistosos como proveitosos, já que o objetivo é fazer com que as jogadoras tenham mais experiência em competições e colocar o elenco em atividade: “O nosso foco é o movimento, a interação com outras atletas, que são de outro país, até para ver o nosso nível. Todo intercâmbio é válido”, concluiu Piedade.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Por que o Paysandu não vem sofrendo gols?

Gilmar Dal Pozzo e Emerson explicam o que o Paysandu fez para não ter a defesa vazada, nas últmas cinco partidas.

O Paysandu não toma gols desde o dia 07 de junho de 2016, quando perdeu para o Náutico/PE, por 3 a 1, no Estádio da Curuzu, em Belém/PA. A derrota acabou fazendo com que o então treinador Dado Cavalcanti pedisse seu desligamento do clube. Gilmar Dal Pozzo assumiu o comando e, nos últimos cinco jogos, os bicolores somaram três vitórias e dois empates.
 
Sob o comando de Gilmar Dal Pozzo, o Paysandu ainda não sofreu gols. (Foto: Fernando Torres/ASCOM Paysandu) [1]
 
Curiosamente, na Entrevista Coletiva realizada na manhã desta segunda-feira, 27 de junho de 2016, Dal Pozzo disse que não realizou um trabalho específico ou uma conversa sobre a situação da equipe que, até então, havia tomado dezesseis gols em sete jogos e suportava uma média de mais de dois gols por rodada:

"Sinceramente, não fiz nenhum trabalho especial ou conversei com os atletas. A única orientação que passei para eles foi para ter simplicidade, ali atrás. “Zagueiro-zagueiro”. Quando tiver a oportunidade clara de jogar com qualidade, para essa bola passar para os volantes com um bom passe, para chegar para os atacantes com qualidade...essa foi uma orientação que eu passei. Mas, no momento em que a gente está pressionado, com relação ao adversário, é para ser “zagueiro-zagueiro”. É um setor que eu conheço muito, até porque atuei de goleiro. Tem que ser simples, até eles atingirem um estágio que dê uma confiança, eventualmente de sair jogando, saindo de uma pressão (...)"
Ainda acrescentou o treinador:
 
"Eu fui na origem. Na origem, o que é? É fazer uma marcação-pressão, lá dentro do adversário e facilitou para os zagueiros. Pode ver que o zagueiro pega uma bola longa, dificilmente dá enfrentamento para o adversário no “um contra um”, não fica exposta a defesa (...) A origem do nosso problema, quando cheguei e identifiquei, era mais adiante, de compactar essa equipe e não deixar o adversário jogar com qualidade e chegar numa condição boa. Essa foi a orientação que a gente passou para eles e eles entenderam."
 
O goleiro Emerson também falou do trabalho realizado para evitar ser vencido pelos ataques adversários, ressaltando a importância de obedecer o esquema tático que marca a saída de bola do oponente, evitando que a bola chegue dominada por ele no setor defensivo alviazul:

"O Gilmar é um cara que foi goleiro e sabe muito bem como funciona ali atrás (...) então, ele sabe muito bem os pontos cruciais que precisavam ser ajeitados para que não venha a sofrer tanto, principalmente nos contra-ataques. Você vê que, hoje, a nossa equipe, queira ou não, dá poucos contra-ataques. Há uma participação muito grande do nosso ataque, também, de não somente estar ali para fazer gols, mas ajudando no comportamento tático e isso tem nos ajudado muito (...) Como se diz no futebol: 'mata a jogada' logo lá na frente, sem precisar do zagueiro ou do volante e tomar cartão."

Emerson não vai buscar a bola no fundo da rede desde os vinte e três minutos do segundo tempo do jogo contra o Náutico/PE, válido pela Sétima Rodada da Série B. (Foto: Fernando Torres/ASCOM Paysandu). [2]
 
Visando ficar mais uma partida sem tomar gols, o Paysandu, de Emerson e Dal Pozzo, entra em campo nesta terça-feira, 28 de junho, às 21h30, em Goiânia/GO, no Estádio Serra Dourada, contra o Goiás, em jogo válido pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B 2016.

O Blog agradece ao Assessor de Imprensa do Paysandu Sport Club, Jorge Luiz, pelo acesso a entrevista coletiva, bem como ao técnico Gilmar Dal Pozzo e ao goleiro Emerson, pelos depoimentos ao Rodada Paralela.


REFERÊNCIAS

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Parazão Feminino: Estrela e Cabanos empatam em 2 a 2

Partida foi válida pelo Campeonato Paraense de Futebol Feminino 2016. Atletas e técnicos relatam as dificuldades de manter viva a modalidade.
 
Domingo, 12 de junho, 8h45. Algumas pessoas estavam descansando para o início de uma longa semana de trabalho. Outras, curtindo a família e os amigos. Além de tudo, era dia dos namorados. Porém, no Campo 03 do Centro Esportivo da Juventude (CEJU), em Belém, várias mulheres correram atrás da realização do sonho de serem atletas reconhecidas. Lá, aconteceu a partida entre Estrela e Cabanos, válida pela Sexta Rodada do Campeonato Paraense de Futebol Feminino 2016.
 
Campo 01 do CEJU. Ao fundo, o Estádio Mangueirão.
 
A competição é disputada por oito equipes (Pinheirense, Paysandu, ESMAC, Time Negra, Estrela, Cabanos, Remo e Independente), em dois turnos. Em cada um, as quatro primeiras se classificam para as semifinais e final. Se uma equipe conquistar os dois, será a campeã. Se times diferentes vencerem, haverá a decisão em jogo único.
 
A dificuldade é grande para todas as equipes. Nivaldo Santos, técnico do Estrela, destaca a falta de apoio financeiro: “Nós temos que fazer tudo para manter esse trabalho”. Para Vivi, que é jogadora do clube, estudante e auxilia a mãe nos trabalhos domésticos, o futebol é muito importante, pois, desde criança, gostava de praticar o esporte. “Eu comecei a jogar nesse time e conhecer essas meninas e o futebol é muito gratificante para mim”, completa.
Foto posada da Associação Esportiva e Beneficente Estrela (Ananindeua/PA).
Para Marcos Antônio, treinador do Cabanos, o preconceito contra as mulheres é outro fator que impede o desenvolvimento do futebol feminino:

“Parece que as pessoas ainda não aprenderam a trabalhar com a mulher. Eu vou dizer uma coisa para você: nós temos o masculino. Mas, depois que eu comecei a trabalhar com as mulheres, que eu percebi como elas são, rapaz... prefiro mil vezes trabalhar com o feminino! O preconceito é pelo desconhecimento”. 
Luzy, capitã do Cabanos, relatou que, as vezes, os treinos são cancelados, pois algumas jogadoras não tem como irem ao Bairro de Águas Brancas, em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, por não terem dinheiro suficiente para o transporte ou não há campo disponível para o clube se movimentar.

Foto posada da Associação Atlética e Cultural Cabanos (Ananindeua/PA).
 
Capitãs das equipes e o quarteto de arbitragem, composto por Anderson Mescouto (Árbitro Central), auxiliado por Diógenes Serrão, Renato Gomes (Árbitros Assistentes) e Fabrina Diórdia (Quarta Árbitra).

O jogo começou preso, no meio de campo. O Estrela chegava com um pouco mais de objetividade e tinha maior posse de bola. Aos oito minutos, a equipe teve boa chance com um chute cruzado, dentro da grande área e, aos vinte e dois, uma ótima oportunidade foi desperdiçada, na pequena área. Outro lance importante foi aos vinte e oito. Após cruzamento, a bola explodiu na trave do Cabanos.

Estrela em ataque pelo lado esquerdo.
 
O Cabanos equilibrou as ações aos trinta e dois minutos, em contra-ataque originado em um erro da defensiva do Estrela. Aos trinta e cinco, teve outra boa chance, em penetração pela esquerda. No entanto, aos quarenta e um, após tumulto na área, a bola sobrou para Vivi, que esticou a perna e abriu o placar para o Estrela.

Tentativa de ataque do Cabanos.

No segundo tempo, o Cabanos iniciou pressionando, em busca do empate. Teve boa chance aos sete minutos, em ataque pelo lado esquerdo. Aos doze, empatou a partida, com um gol de cabeça de Valdilene, em cruzamento pela direita. Logo depois, aos dezessete, o Estrela desperdiçou um pênalti, que foi defendido pela goleira do Cabanos, Ana Cleide.
Defesa do pênalti por Ana Cleide.
 
Mesmo com o Estrela buscando o desempate, o Cabanos virou o jogo aos trinta e quatro, com Luzy, em bela jogada pela esquerda e tentou ampliar aos quarenta e um, o que foi evitado por grande defesa de Ana Cleide.
Estrela tenta sair para o ataque.

Aos quarenta e quatro, a zagueira Carem, do Cabanos, acabou fazendo um gol contra, ao dividir a bola com a atleta do Estrela, o que decretou o placar final da partida em dois a dois.

O Campeonato Paraense terá a sétima e última rodada do Primeiro Turno no próximo final de semana. Ambas as equipes chegam com chances de classificação. Para Vivi, jogadora do Estrela, quinto colocado na competição, o grande sonho no futebol ainda segue vivo: “quero ser uma atleta de qualidade e representar o futebol feminino. Meu desejo é jogar fora (do Brasil) e ser reconhecida pelo mundo”, destaca. Luzy, do Cabanos, que está no sexto lugar, compartilha a mesma ideia e quer “mostrar que, no Pará, tem meninas com potencial para chegar longe”.

Agradecemos a todos os entrevistados por fornecerem informações sobre o cotidiano das equipes.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Leão quer voltar para a Toca

Obras do Estádio Baenão devem ser concluídas no segundo semestre. Clube do Remo quer mandar partidas no local, ainda em 2016.
 
No dia 01 de maio de 2014, o Remo venceu o Independente por 4 a 0, em partida válida pela Semifinal do Segundo Turno do Campeonato Paraense de Futebol. Este foi o último jogo realizado pelos azulinos no Estádio Evandro Almeida (Baenão). Agora, o Clube, por intermédio do Projeto #SouBaenão, busca reabrir a sua casa em 2016, para mandar seus confrontos pelo Campeonato Brasileiro da Série C mais perto do torcedor e comemorar os 99 anos de existência da praça esportiva.
 

Gols de Remo 4 x 0 Independente. [1]

O primeiro projeto de modernização do estádio não foi concluído, o que faz com que o Clube do Remo venha atuando, nos jogos em que é mandante, no Mangueirão, de propriedade do Estado do Pará. Para que os azulinos voltem pra casa, a Diretoria criou o Projeto #SouBaenão, que envolve a venda de seis mil porcelanatos personalizados com o nome do comprador, que estão à venda nas lojas oficiais do Leão Azul, a serem colocados na fachada da Travessa Antônio Baena.
 
Operários colocam os porcelanatos personalizados na fachada do Baenão. (Foto: Reprodução / SouRemo) [2]
 
Além da revitalização da frente do estádio, as obras do Baenão envolvem a pintura e reforço estrutural das arquibancadas, novo gramado de jogo, academia para os atletas, instalação de sistema de combate a incêndio, reforma dos vestiários do Remo, do visitante e da arbitragem, colocação de refletores, criação de um espaço de lazer e entretenimento na entrada pela Avenida Almirante Barroso, conhecida como “Carrossel” e reforma da Sala de Imprensa.
 
Projeto de área de entretenimento para o “Carrossel”. (Foto: Reprodução / Sou Baenão) [3]
Vários aspectos são importantes para o Remo voltar a atuar no Baenão. Diogo Puget, repórter do canal Esporte Interativo, falou sobre a economia que seria feita pelo Clube, caso estivesse atuando em seu estádio, com a estrutura que envolve uma partida oficial:
 
"O primeiro ponto e o mais importante de todos é o financeiro. A gente sabe que, jogando no Mangueirão, a evasão de renda é muito grande, o clube gasta muito mais com efetivo, seja de policial, de bombeiro, com o quadro de apoio que sempre tem que estar presente para a fiscalização de entrada de bilheterias... acho que esse é o ponto principal. Isso sem falar nos custos que o Remo tem que arcar, tem que pagar por jogar lá, apesar do Governo ainda fazer alguns descontos. Mas a gente sabe que, hoje, se o remo jogasse no seu estádio, na sua casa, esses custos seriam bem menores (...)"
Trabalhadores constroem muro ao lado do gramado do Baenão. (Foto: Portal Arquibancada) [4]
 
Dirson Medeiros, Diretor de Futebol do Clube do Remo, destaca a importância, para a torcida, de jogar no Evandro Almeida:

"Uma das nossas maiores conquistas, quando a gente voltar a jogar aqui, no Baenão, não sei se a partir de agosto, mas nesse ano, ainda, vai ser resgatar a importância de jogar aqui no estádio. A história que a gente tem e as conquistas que a gente só conseguiu ganhar, no futebol, jogando aqui no Baenão. Isso, para mim, é o mais importante. Resgatar a sintonia da torcida, quando a gente joga aqui dentro (...) Para mim, a maior importância é a de voltar o torcedor para dentro de sua casa. Quando a gente sai de casa, já quer voltar. Então, para mim, além da parte financeira, é a do torcedor voltar e ver o jogo aqui, no Baenão, o que resgata a autoestima do torcedor (...)"

Arquibancada fechada para reparos.

O atacante Edno, com passagens pela Portuguesa de Desportos, Coritnhians, Botafogo, dentre outros clubes do cenário nacional e atualmente no Clube do Remo, falou sobre a pressão que a torcida faz em um estádio menor, o que incentiva ainda mais o elenco azulino:
"O Mangueirão é um bonito estádio, pude conhecer ontem. É um estádio que cabem muito mais torcedores do que o Baenão. Mas, aqui, é um caldeirão. A gente vendo isso aqui ficando pronto e deixando da maneira que é o projeto que eles pensam, realmente, vai ficar um estádio bonito e ele lotado, com certeza, com o apoio da torcida e o mando de campo aqui, a pressão é muito maior. No Mangueirão, a torcida fica afastada. Então, a hora que abrir, vai nos ajudar muito (...) Eu já fico imaginando isso aqui lotado e a equipe partindo pra cima das equipes adversárias."

Enquanto o Baenão segue em obras, diretores, jogadores e torcedores do Remo continuam na expectativa do retorno ao estádio. Os fãs do Clube pretendem ver o Leão Azul de volta ao Evandro Almeida, ainda este ano, após dois anos longe da sua casa.

O Blog agradece aos entrevistados Diogo Puget, Dirson Medeiros e Edno, pela disponibilidade, bem como ao Assessor de Imprensa do Clube do Remo, Raphael Graim, por permitir o desenvolvimento do trabalho nas dependências do Baenão.
REFERÊNCIAS: