quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Felicidade no aperto

Entre 2000 e 2002, com o fechamento do Mangueirão para as obras de ampliação, Remo e Paysandu fizeram jogos inesquecíveis em seus acanhados estádios.
Vasco e Flamengo fizeram, no último domingo, 14 de fevereiro, pelo Campeonato Carioca, o “Clássico dos Milhões”, como é conhecida a partida entre os dois clubes, no Estádio Cruz-maltino, São Januário, com capacidade para 19.000 torcedores, já que Maracanã e Engenhão seguem com obras em andamento, por conta dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que começam em agosto.
 
Estádio Mangueirão, após a reforma, em dia jogo entre Remo e Paysandu, o Clássico-Rei da Amazônia. (Foto: Diego Beckman/Diário Online (DOL). Disponível em: http://www.diarioonline.com.br/esporte/para/noticia-321842-.html).
 
Os clubes de Belém já vivenciaram situação semelhante. Com a reforma do Estádio Estadual Jornalista Edgar Augusto Proença, o Mangueirão, inaugurado em 1978 e fechado para obras de ampliação entre os anos 2000 e 2002, quando ganhou a conceituação de “Olímpico”, Remo e Paysandu foram obrigados a disputar os clássicos regionais em suas respectivas casas, Evandro Almeida (Baenão) e Leônidas Castro (Curuzu).

Baenão, em dia de jogo do Clube do Remo, após o início das obras. (Foto: Everaldo Nascimento/O Liberal. Disponível em: http://globoesporte.globo.com/pa/futebol/times/remo/noticia/2014/08/remo-procura-empresa-para-construir-cadeiras-e-camarotes-no-baenao.html).

Elenco do Paysandu treinando no Estádio da Curuzu. (Foto: Samara Miranda. Disponível em: http://sportv.globo.com/site/programas/ta-na-area/noticia/2014/12/centenarios-presidente-do-papao-lembra-obra-em-estadio-com-torcida.html).
 
Enquanto o Mangueirão era reformado, foram disputados onze jogos entre azulinos e bicolores, com uma vitória do Clube do Remo, seis empates e quatro triunfos do Paysandu. Alguns jogos ficaram na memória do torcedor paraense, como a conquista do Campeonato Paraense de 2001 pelo Papão, que venceu a primeira partida da Final contra o Leão por 4 a 0, em pleno Baenão. Na Curuzu, foi jogado o segundo confronto, que terminou sem gols. Assim, o Papão, naquele ano, foi bicampeão paraense.


Não foram apenas os clássicos Re-Pa que ficaram na memória do torcedor paraense. O Clube do Remo, no dia 04 de abril de 2001, recebeu o Botafogo de Futebol e Regatas, do Rio de Janeiro, no Baenão, pela Segunda Fase da Copa do Brasil. Os azulinos venceram por 2 a 1, com dois gols do atacante Zezinho. O placar se repetiu no Maracanã, uma semana depois, o que eliminou a tradicional equipe carioca da competição.



Em 2001, a Tuna Luso-Brasileira estava na Série B do Campeonato Nacional e mandava seus jogos no Estádio do Remo. Lá, recebeu o Paysandu, que conquistaria o título da competição, ao final. A partida foi vencida pelos alvi-azuis por 2 a 0. Mas, até hoje, o que é lembrado nas rodas de bate-papo foi a ousadia do atacante Albertinho que, ao marcar o primeiro gol, vestiu a camisa bicolor na estátua do leão, mascote do Clube do Remo, que fica ao lado de uma das bandeiras de escanteio do Baenão.



Capítulos importantes da história do futebol paraense, principalmente do Paysandu, foram escritos, enquanto o Mangueirão estava fechado. Em seu estádio, o Clube de Suíço foi campeão da Série B com uma bela vitória sobre o Avaí Futebol Clube, de Santa Catarina, por 4 a 0:
 


Tais fatos jamais sairão da lembrança da torcida paraense, que viu grandes jogos serem realizados nas praças esportivas da dupla Re-Pa. Atualmente, o Remo manda seus jogos no Mangueirão, devido ao fato de o Baenão estar fechado para reformas e o Paysandu utiliza a Curuzu e, quando o jogo tem boa expectativa de público, o Estádio Olímpico do Pará.
 
REFERÊNCIAS:
DA COSTA. Ferreira. A Enciclopédia do Futebol Paraense. Editora Cabano: Belém, 2001. 
________________. Remo x Paysandu – O Clássico mais disputado do futebol mundial. Belém, 2009.